domingo, 27 de dezembro de 2009

.: A depressão do Natal:.

“Há quem sinta tristeza nessa época festiva. Uma das soluções é ajustar a época à vontade própria.”

Ruas e árvores iluminadas, propagandas cheia de apelos ao consumo, centros comerciais lotados de pessoas andando pra lá e pra cá – dando aquela sensação que parece que o mundo vai acabar- e intensas trocas de e-mails, mensagens de fim de ano. Estar com os outros e para os outros é um ritual quase obrigatório, que gera angústia e desconforto em quem não lida bem com o espírito natalino.

A depressão de Natal, ou o estado melancólico que atormenta muitas mentes durante essa época festiva, é comum. Acumula os dissabores de um ano que, no começo, se manifesta promissor: perdas de familiares, crises existenciais (problemas psicológicos ou outras doenças, separações), problemas financeiros e expectativas frustradas. Acompanhado de incómodos físicos ou não, o estado de espírito cinzento traz condutas saudosistas – do tipo -quando eu era criança é que era bom.
“A depressão de Natal é uma reação a uma frustração”, nota a psiquiatra Maria Antónia Frasquilho. No entender da médica, o problema instala-se quando se atribui um significado negativo à esta época do ano, sem qualquer esforço para se adaptar a ela e daí tirar partido. O sofrimento a que muitos se agarram, condenando a febre consumista e a suposta hipocrisia reinante, não ajuda: -Dizer que o Natal é todos os dias também se revela uma ilusão e um pretexto para fugir ao convívio com os outros, que se encara como difícil.

Dar o seu próprio significado à época, reinventando a fórmula que melhor se ajusta a cada um, é a sugestão da clínica.

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