quarta-feira, 29 de setembro de 2010

.:A vida agridoce da mulher de 30:.

"...Beirando os 30, confesso que já vivo alguns “sintomas” dessa nova realidade. Em compensação, me apego fielmente, como uma carola em sua paróquia, ao texto de Honoré de Balzac. Sim, aquele mesmo que fincou o termo “mulheres balzaquianas”. E, foi ele quem disse que uma mulher de trinta tem atrativos irresistíveis. Será? Quais seriam as vantagens de ter cabelos brancos, peitinhos resistindo bravamente à lei da gravidade (viva o silicone! Os meus estão guardados para o futuro quando o tempo for implacável) e, algumas protuberâncias perdidas cá e acolá. Diga-me senhor Balzac!!!



Se tudo isso parece ter um gosto amargo, Balzac vem deixar o sabor docinho em meus lábios. Quem sou eu para discordar do mestre? Uma mulher de trinta tem atrativos irresistíveis sim! Ela tem menos ilusões, mais experiência, mais esperteza, força e satisfação pessoal. Se o lado físico “peca” de algum modo, o lado intelectual berra de alívio. Com 29 anos, posso até olhar o fio branco insistente, e sentir saudades de pintar os cabelos só para “tirar um barato” ou “por que amanheci com vontade de mudar de cara”. Mas, posso também me recordar o quanto de estupidez havia naquela cabeça de quase dez anos atrás.



Exagero? Não, não… uma mulher de 20 está “verde” por mais precoce que seja. Faltam-lhe as experiências, reais ou intelectuais. E das frutas verdes a gente conhece bem o gosto azedo… Já as “maduras”…. bom…. se desmancham nas bocas alheias, num sabor doce… se entregando, delicadamente, para ser devorada.



A mulher de 30 quer ser devorada, delicadamente, pelo mundo. E quem prova, tem de se saber a iguaria que tem em mãos. Se não souber desfrutar de todo esse sabor, o mel se transforma rapidamente em fel. Sem pudores. Ela não tem mais tempo para ser desfrutada com descuido. Em contrapartida, aqueles que sabem o que têm em mãos… esses…. bom… esses se perdem pela gula!



Se as mudanças na vida de mulher que está chegando aos 30 são agridoces, elas têm sua razão de ser. Há de se aproveitar, na mesma intensidade, essa experiência, essas diferenças, essas polaridades. Por que, citando Mia Couto, outro escritor – que diferente de Balzac é contemporâneo - o que não pode florir no momento certo acaba explodindo depois!



E que o mundo nos devore… aos trinta!"



K.

Texto retirado do site http://www.agridoce.com.br

domingo, 19 de setembro de 2010

.:Abro as portas para os recuerdos:.




"Nestes junhos de invernias
Com prenúncios de geadas
Busco na luz das estrelas
Os olhos da minha amada

No meu rancho coração
Me emponcho de soledade
Abro as portas pra os recuerdos
Da “oh de casa!”, a saudade

Meu rancho de porta aberta
E cheio de boas vindas
Está vazio com tua ausência
Por isso é mais triste ainda."

Rancho coração de Délcio Tavares.

Na foto da esquerda para direita: vó Ercília, mãe, tiago no colo e vó Nahir.