sexta-feira, 9 de setembro de 2011

.:Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.

Clarice Lispector:.
...Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.

Clarice Lispector

.: Dia do psicólogo:.

No dia 27 de agosto foi o dia do psicólogo, profissão essa tão desafiante e emocionante ao mesmo tempo, pois temos como próposito de trabalho o comportamento humano, tão complexo e dinâmico, que regem as ações e os rumos de nossas vidas. Estando assim em nossas mãos a responsabilidade de um acolhimento e escuta qualificados; de fazermos uma clínica ampliada, para além dos muros dos consultórios. É estarmos sensíveis para receber o sofrimento do outro, a angústia desmedida. É termos a palavra que conforta, a mão que estende, e o questionamento que impulsiona.



“O encontro com o outro oferece uma oportunidade única de compreender o que existe através de mundos distintos. O alívio na fisionomia e no tom da voz depois deste evento é indescritível. O segredo mora em não dar conselhos e sim em criar novas perguntas e possibilidades. Por fim, ambos aprenderam algo, e terão novas sementes para o jardim da vida! Semeie... Lá vem a chuva!” (Danilo Roberto Almeida Alves)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

" E quando tudo me aborrecer de verdade, quando eu ficar cansada de minhas neuroses e manias, quando as pessoas estiverem demais distraídas, a paisagem perder a graça, a mediocridade instalar seu reinado e anunciarem o coroamento da burrice - vou espiar o letreiro que fala de uma riqueza disponível para qualquer um, e que botei como descanço de tela no meu eternamente ligado computador: "Escute a canção da vida."

Trecho do livro A riqueza do mundo de Lya Luft.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

.: A doença chamada homem:.

Leonardo Boff
Teólogo/Filósofo

Esta frase é de F. Nietzsche e quer dizer: o ser humano é um ser paradoxal, são e doente: nele vivem o santo e o assassino. Bioantropólogos, cosmólogos e outros afirmam: o ser humano é, ao mesmo tempo, sapiente e demente, anjo e demônio, dia-bólico e sim-bólico. Freud dirá que nele vigoram dois instintos básicos: um de vida que ama e enriquece a vida e outro de morte que busca a destruição e deseja matar. Importa enfatizar: nele coexistem simultaneamente as duas forças. Por isso, nossa existência não é simples mas complexa e dramática. Ora predomina a vontade de viver e então tudo irradia e cresce. Noutro momento, ganha a partida a vontade de matar e então irrompem violências e crimes como aquele que ocorreu recentemente.

Podemos superar esta dilaceração no humano? Foi a pergunta que A. Einstein colocou numa carta de 30 de julho de 1932 a S. Freud:”Existe a possibilidade de dirigir a evolução psíquica a ponto de tornar os seres humanos mais capazes de resistir à psicose do ódio e da destruição”? Freud respondeu realisticamente:”Não existe a esperança de suprimir de modo direto a agressividade humana. O que podemos é percorrer vias indiretas, reforçando o princípio de vida (Eros) contra o princípio de morte(Thanatos). E termina com uma frase resignada:”esfaimados pensamos no moinho que tão lentamente mói que poderemos morrer de fome antes de receber a farinha”. Será este o nosso destino?

Por que escrevo isso tudo? É em razão do tresloucado que no dia 5 abril numa escola de um bairro do Rio de Janeiro matou à bala 12 inocentes estudantes entre 13-15 anos e deixou 12 feridos. Já se fizeram um sem número de análises, foram sugeridas inúmeras medidas como a da restrição da venda de armas, de montar esquemas de segurança policial em cada escola e outras. Tudo isso tem seu sentido. Mas não se vai ao fundo da questão. A dimensão assassina, sejamos concretos e humildes, habita em cada um de nós. Temos instintos de agredir e de matar. É da condição humana, pouco importam as interpretações que lhe dermos. A sublimação e a negação desta anti-realidade não nos ajuda. Importa assumi-la e buscar formas de mantê-la sob controle e impedir que inunde a consciência, recalque o instinto de vida e assuma as rédeas da situação. Freud bem sugeria: tudo o que faz criar laços emotivos entre os seres humanos, tudo o que civiliza, toda a educação, toda arte e toda competição pelo melhor, trabalha contra a agressão e a morte.

O crime perpretado na escola é horripilante. Nós cristãos conhecemos a matança dos inocentes ordenada por Herodes. De medo que Jesus, recém-nascido, mais tarde iria lhe arrebatar o poder, mandou matar todas as crianças nas redondezas de Belém. E os textos sagrados trazem expressões das mais comovedoras:”Em Ramá se ouviu uma voz, muito choro e gemido: é Raquel que chora os filhos e não quer ser consolada porque os perdeu”(Mt 2,18). Algo pareceido ocorreu com os familiares das vítimas.

Esse fato criminoso não está isolado de nossa sociedade. Esta não tem violência. Pior. Está montada sobre estruturas permanentes de violênca. Aqui mais valem os privilégios que os direitos. Marcio Pochmann em seu Atlas Social do Brasil nos traz dados estarrecedores: 1% da população (cerca de 5 mil famílias) controlam 48% do PIB e 1% dos grandes proprietários detém 46% de todas as terras. Pode-se construir uma sociedade de paz sobre semelhante violência social? Estes são aqueles que abominam falar de reforma agrária e de modificações no Código Florestal. Mais valem seus privilégios que os direitos da vida.

O fato é que em pessoas pertubadas psicologicamente, a dimensão de morte, por mil razões subjacentes, pode aflorar e dominar a personalidade. Não perde a razão. Usa-a a serviço de uma emoção distorcida. O fato mais trágico, estudado minuciosamente por Erich Fromm (Anatomia da destrutividade humana, 1975) foi o de Adolf Hittler. Desde jovem foi tomado pelo instinto de morte. No final da guerra, ao constatar a derrota, pede ao povo que destrua tudo, envene as águas, queime os solos, liquide os animais, derrube os monumentos, se mate como raça e destrua o mundo. Efetivamente ele se matou e todo os seus seguidores próximos. Era o império do princípio de morte.

Cabe a Deus julgar a subjetividade do assassino da escola de estudantes. A nós cabe condenar o que é objetivo, o crime de gravíssima perversidade e saber localizá-lo no âmbito da condição humana. E usar todas as estratégias positivas para enfrentar o Trabalho do Negativo e compeender os mecanismos que nos podem subjugar. Não conheço outra estratégia melhor que buscar uma sociedade justa, na qual o direito, o respeito, a cooperação e a educacção e saúde para todos sejam garantidos. E o método nos foi apontado por Francisco de Assis em sua famosa oração: levar amor onde reinar o ódio, o perdão onde houver ofensa, a esperança onde grassar o desespero e a luz onde dominar as trevas. A vida cura a vida e o amor supera em nós o ódio que mata.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

.:O Domingo Espetacular (TV Record), os esquizofrenicos e a nova paranóia brasileira:. (por Mário A. Dantas)

Ontem, acordei perto da meia-noite. A TV estava ligada no Domingo Espetacular, apresentado por Paulo Henrique Amorim, que Fazia a cobertura em detalhes do dramático caso da chacina de estudantes no Rio de Janeiro. Várias entrevistas com professores, alunos e demais sobreviventes, e policiais que participaram no combate ao autor do massacre. O programa informou que o governo do Rio de Janeiro desde o primeiro momento contratou os serviços de psicólogos para acompanhar os sobreviventes, familiares, e demais necessitados da escola.

O Domingo Espetacular também fez uma breve retrospectiva pelo mundo afora, em especial o Primeiro Mundo, com destaque para os Estados Unidos, mas sem excluir alguns países da União Européia, lugares onde se tornaram comum essa terrível demonstração de desprezo pela vida humana.

Mas, além das cenas de desespero dos pais e demais parentes, há de se destacar o grande número de psiquiatras a dar explicações sobre o porquê do “esquizofrênico” autor da chacina no Rio. No entanto, a certa altura Paulo Henrique Amorim indagou a um certo psiquiatra por que este considerava o bandido um esquizofrênico. Diante da autoridade que lhe é conferida, o psiquiatra começou a explicar e falar a língua dos anjos. Lá pela frente, admitiu que as informações que dispunha eram insuficientes, e que nunca havia conversado com rapaz.

Como convém a um programa "educativo" como esse, a partir daí houve uma sucessão de pequenas entrevistas com psiquiatras sobre a esquizofrenia, onde a ênfase era na necessidade de “tratar esse doentes em clínicas especializadas”.

Em nenhum momento o "educativo" programa da TV Tecord questionou os Governos Federal, Estaduais, e Municipais pelo descaso e desprezo como tratam os portadores de transtornos mentais, não somente os monstruosos esquizofrênicos mais os de todas as classificações e rotulações médicas.

Em nenhum momento, o programa da TV Record entrevistou algum psiquiatra que dissesse a verdade, de que não há necessidade de “tratar o esquizofrênico em clinica especializada”. Que estas só visam os lucros dos bolsos dos contribuintes, dinheiro administrado por sadios e honestos representantes políticos. Também, não perguntou pela constante falta de medicamentos de alto custo, pela falta de uma campanha em território nacional a esclarecer sobre o que sofrem os portadores de transtornos mentais. De que há muitos, vários bandidos em todos os lugares, a começar por Brasília.

Em nenhum momento, o programa da TV Record demonstrou casos Brasil afora de portadores de esquizofrenia que estão inclusos na sociedade, a trabalhar, estudar e, pasmem,a amar. O segredo é ,tratamento médico e psicológico adequado e digno, com participação solidária do meio em que se vive.

Mario Alberto Dantas

quarta-feira, 6 de abril de 2011

.:Mudança:.



As transformações do mundo globalizado, seu impacto na vida das pessoas são a inspiração da nova campanha do Banco Itaú. Criada pela Agencia Africa.

.: A volta do soldado:.

Vídeo emocionante, que mostra a volta dos soldados americanos da guerra no Iraque para as suas famílias. Apesar de todos os seus defeitos, os americanos sabem ser patriotas.

.:Comercial Coca Cola 125 anos:.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Los hermanos - O vento

.: Raízes e Asas:.

Gosto muito de ler a revista Vida Simples, é uma revista que tem um conteúdo diferenciado e mais elaborado sobre sentimentos, comportamento e cotidiano. E sempre priorizando a reciclagem, a preservação da natureza, enfim, a vida do homem em harmonia com o planeta.


Neste mês, na coluna Pensando Bem do escritor e educador Eugenio Mussak, o tema é a Infância Perdida, onde ele discute que as crianças, por estarem em formação, precisam ser ensinadas a lidar com os limites. E que assim, disciplinando-as estaremos as ensinando a se tornarem adultos livres. Pois, a disciplina, ao contrário do que imaginamos, não aprisiona e sim, é um instrumento de libertação. Ela nos ajuda a nos organizarmos, e se bem usada nos permite realizarmos mais coisas e termos mais tempo para o prazer. Como por exemplo, nas crianças, o prazer de brincar depois de cumprida as tarefas. Assim estaremos construindo adultos responsáveis e livres.


Mas, dentre essa discussão, o que mais me chamou a atenção, foram as palavras de Kant, um filósofo alemão, em que diz: Aos pequenos, "raízes e asas". As raízes nos prendem a essência, ao imutável, ao eterno, e nos dão a segurança de ter com quem contar e para onde voltar se nada dar certo. As asas permitem o voo da vida, a descoberta e a construção de infinitas possibilidades. Ter asas significa viver a própria vida e construir seu próprio futuro.

Enfim, precisamos educar nossas crianças com limites e responsabilidades, para fortalecerem suas asas, e então, içarem vôos altos e seguros.

domingo, 3 de abril de 2011

Maria Rita - Cria

.: É cria:.

Valentina esse mês vai fazer 4 anos, parece que foi ontem que aquela bebezinha indefesa veio para os meus braços, no início do frio do inverno no sul. Mal abria os olhinhos, só queria colinho e mamar. E então foi crescendo, comendo papinha, engatinhando, ficando em pé, dizendo mamãe. E chorando BuÀAAA!!! E quantas noites sem mamãe dormir.

E de repente, já foi pra escolinha, e tchau mamãezinha. Lá começou a pintar, a cantar, a dançar, a fazer amiguinhos. E cresceu essa menina, hoje já faz a letrinha do nome, joga no Ipad, vê videozinho no Youtube, e adora andar de balanço, e tem que ser bem forte.

Ah, essa doce valentina, a cada dia uma novidade, uma pergunta nova e uma frustação também, porque o mundo é duro e cobra regras, que para essa cabecinha tão pequenina e ao mesmo tempo tão desbravadora fica difícil entender.

quinta-feira, 10 de março de 2011

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

.: Lembranças do Verão (por Candido Coutinho) :.

Como pássaros migrantes
Seguem em bando os retirantes
Batendo asas em revoada
Deixando uma saudade danada

A alegria e as risadas
As conversas acaloradas
A convivência e o carinho
Seguem agora outro caminho

È o tempo de férias que acaba
E os filhos com o pé na estrada
Seguindo seu rumo, sua vida
Seu trabalho, sua lida

Momentos de fim da estação
Lembrança feliz do verão
Ficara na mente guardada
Ressurgindo em nova temporada.

Candido Coutinho



Este poema guardarei com carinho, para sempre recordar a morada que sempre está de braços abertos a nos esperar. Pois, a cada veraneio a "Morada Além do bojador" me renova, para o próximo ano que se inicia.
" A vida brota apartir de milhares de fontes vibrantes, entrega-se à todos que a agarram, recusa-se a ser expressa em frases tediosas, aceita apenas ações transparentes, palavras verdadeiras e o prazer do amor (...)"
Wilhelm Reich (1939).

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Maria Rita-"Conceição dos coqueiros" e "Santana" em Natal



Fui ao show de Maria Rita agora dia 12 de fevereiro, e é inexplicável a voz dessa mulher.